“Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu
quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne,
vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.” (Gálatas 2.19-20)
Quando o alarme disparou às 4h59 desta manhã,
pensei em uma fração de segundo sobre a realidade absoluta da morte e sobre o
fato de estar em pé diante de um Deus totalmente santo, sem nada para me
recomendar senão a minha própria vida.
O horror disso só foi superado pelo esplendor da
realidade: Jesus Cristo morreu por esse momento.
Então, o terror se foi.
Minha percepção imediata foi: Esta é a essência do
que acontece sempre que alguém se converte. É assim que se descobre que Jesus
Cristo é real. É assim que uma pessoa vem a estimar o amor de Cristo. De
repente, pela primeira vez, ela vê e sente com os olhos do seu coração a
realidade inegável de ter que se encontrar com Deus com uma consciência
culpada.
O impacto dessa visão é devastador. Isso faz com
que os pecadores saibam que sua única esperança é um Mediador. Se permanecerem
sozinhos, sem nada para recomendá-los, senão a sua própria vida pecaminosa,
eles estão completamente perdidos. Se há alguma esperança para a eternidade na
presença deste Deus, precisamos de um Redentor, de um Substituto, de um
Salvador.
Neste ponto de terrível crise, nada ilumina, a não
ser o evangelho de Jesus Cristo — “que me amou e a si mesmo se entregou por
mim” (Gálatas 2.20). Na fração de segundo antes dele estar lá, me foi concedido
ver as trevas e horror do juízo — não uma inferência teológica, não uma
conclusão meramente racional, não um simples pensamento, mas um vislumbre com o
olho interior, cheio de conhecimento, sentimento e certeza.
Nosso Deus é um fogo consumidor. Ele não contempla
o mal. Estamos totalmente perdidos. Minha culpa era tão grande, real e
inquestionável naquela fração de segundo que não havia sequer a possibilidade
mais remota de dar desculpas. Foi repentino, absolutamente comovente e
infinitamente desesperançoso.
Nesse instante, Jesus é tudo o que importa. Ó
Cristo! Ó Cristo! Pode o meu coração conter a onda de gratidão? Ó dom de Deus,
minha desesperada e única necessidade!
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John Piper. © Desiring God
Alegria Inabalável - Ministério Fiel
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