segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Quando Vem a Desmotivação Na Vida Do Crente

Quando Vem A Desmotivação Na Vida Do Crente.
Por Alex Pereira

"Cansei!"
"Estou cansado de tudo!"
"Estou cansado de tantas lutas!"
"Depois que me converti parece que tudo piorou na minha vida!"


No livro de Jó lemos os seguintes versículos:
"Por que não morri ao nascer, e não pereci quando saí do ventre? Por que houve joelhos para me receberem e seios para me amamentarem? Agora eu bem poderia estar deitado em paz e achar repouso... Por que não me sepultaram como criança abortada, como um bebê que nunca viu a luz do dia? (...) Pois me vêm suspiros em vez de comida; meus gemidos transbordam como água. O que eu temia veio sobre mim; o que eu receava me aconteceu. Não tenho paz, nem tranqüilidade, nem descanso; somente inquietação" Jó 3.11-13,16,24-26
Quem não sabe o que isso significa? Com certeza sabemos muito bem o que isso quer dizer para nós e para aqueles que habitam entre nós! Quem ainda não sentiu tamanha angústia pode ter a certeza que ela virá em algum determinado dia de vida, isso é fato na vida de qualquer um, seja rico ou pobre, negro ou branco, seja lá quem for?

Gostaria de pensar um pouco sobre isso.
Estamos vivendo um tempo onde há recurso para um monte de coisas, temos teses e estudos sobre tudo, pesquisas sem fim sobre assuntos idem. Nunca se falou tanto na satisfação do CLIENTE como se tem falado nestes últimos dias. O CLIENTE é tudo, ele tem sempre razão, ele é o alvo principal para o crescimento das empresas, até mesmo os colaboraores das empresas tornaram-se CLIENTES uns dos outros. Temos aprendido que o CHEFE já não é mais bem vindo a uma empresa que tem como objetivo a satisfação de seus clientes, o antigo CHEFE tem se tornado em LÍDER e ele teve fazer com que cada um seja CLIENTE um do outro.

Isso é uma realidade universal, tem estado em todo o Globo Terrestre, quem não se adaptar já está considerado fora deste mundo globalizado em que vivemos.

Mas eu tenho uma pergunta que não quer parar de me perseguir que gostaria de compartilhar com você leitor; sabemos que tudo hoje em dia tem se movido por causa do CLIENTE e portanto, tudo tem sido feito para melhorar a nossa vida, afinal somos os tais CLIENTES mencionados. temos direitos a monte de coisas. Vamos ver alguns exemplos bem básicos para ilustrar o que eu quero dizer:
Filas, quem houve falar nisso mais, vejo algumas reclamações do tipo "Já estou nessa fila a mais de 20 minutos e ainda tem três pessoas na minha frente!" Bom podemos ver que diversos bancos possuem uma senha para atendimento, tempo estimado de espera, água mineral gelada ou natural (ao gosto do - antigo freguês), cadeiras de espumas muito confortávies. Também caso o FREGUÊS em questão prefira mais agilidade os bancos também têm oferecido o serviço mais conhecido como auto-atendimento que em alguns casos funcionam 24 horas. Me lembro que a exatos 20 anos atrás isso era uma utopia, ou seja um sonho irrealizável, ninguém pensaria nisso, ficávamos duas horas e meia, três horas na fila de um banco para pegar um extrato que tinha que ser na boca do caixa. Íamos aos bancos e levavamos "palavras-cruzadas", crochê, faziamos centenas de amigos, era uma aventura ir a um banco estatual. Tínhamos que fazer um programa para irmos ao banco, não era possível ir ao banco a qualquer hora do dia e da semana, tudo tinha que ser programado. Os pobres velhinhos não tinham a chamada fila PREFERENCIAL, tinham que chegar às 3 horas da manhã para conseguirem ser atentidos no mesmo dia. Caso contrário teria que enfrentar a mesma fila que os saudosos "oficce-boys" enfrentavam, era uma angústia quando víamos aqueles garotos com aquele pasta "Sansonite" lotada de duplicatas para serem pagas. O sistema ficava mais fora do ar do que operando.
Serviços de "tele-entregas" , isto é o que há de mais maravilhoso em ser FREGUÊS, podemos receber tudo em casa, e em muitos casos quando o tempo é extrapolado podemos até mesmo não pagar! Entregam-se tudo em nossas casas, deste pizzas até preservativos, tudo com uma simples taxa de entrega quando o valor do produto é pequeno, mas um prazer quando o produto tem um custo mais elevado. Que maravilha o tal do "moto-boy", no meu tempo era "oficce-boy", bons tempos aqueles em que saltavamos pelas portas traseiras dos ônibus para poupar um dinheirinho a mais para o fim do mês, e quando mandavam que pegassêmos taxi para irmos mais rápido, guardavamos o dinheiro e saimos correndo atravessado em meio a carros e sinais de trânsito, era uma loucura! Mas hoje tudo é mais rápido o "oficce-boy" foi promovido a "moto-boy"
O quê diremos da bendita da Internet? Meu pai sempre viajou para os Estados Unidos, me lembro do sufoco que era falar com ele por telefone, que por sinal era um objeto de desejo de muitas familias brasileiras, telefone fixo era investimento no passado, me lembro que meus avós ganharam um dos filhos que moravam nos EUA, foi um absurtdo o valor pago, e pior mesmo era que não tinha número para instalar o bendito aparelho, eles tiveram que esperar por quase um ano para que a antiga TELEMIG pudesse instar o dito cujo. Bem meus pais ainda continuam indo e ainda hoje estão morando nos EUA, mas a saudade também ficou diferente, semana passada eles estavam conversando com meus filhos por uma pequena bolinha que capta imagens e sons e envia via Internet em tempo real. Temos uma "WebCam"! Falar com meu pai no passado era uma aventura, primeiro a voz nem mesmo era reconhecida, a qualidade do som era horrível, a ligação caia a todo momento, as pessoas que passavam pela rua achavam que estava ocorrendo brigas no interior da casa de tão alto que tinhamos que falar, acho que nossa gritaria quase podia ser ouvida pelo interlocutor sem o uso do telefone.
Mas por que estou falando sobre tudo isso?

Recordo-me que naquela época não falavamos em "stress", "depressão", depressão pós parto, muito pelo contrário as mulheres iam tendo filhos as carreiras, um após o outro era uma loucura a quantidade de meninos que víamos pelas ruas. Cancêr? Era muito difícil ouvir falar disso, mal de "Alzaimer", "Parkinson", viroses, as únicas doenças que ouvíamos dizer eram as "lumbrigas", caganeiras, a multi conhecida "xistose", barriga d´água, pereba, tuberculose, catapora, sarampo, sapinho, quantos de nós quase não morríamos de rir daquele amiguinho com um fralda amarrada na cabeça para a caxumba não descer? "Furunco", dente podre, piolhos, lêndias, outro dia vi uma propaganda na televisão sobre remédio para matar piolhos, quase tive uma crise de risos, nem sabia que isso ainda existia.

Agora vai a pergunta: Com tanta qualidade de vida por que vivemos desmotivados e cheios de doenças? Tenho pensado muito sobre isso e acho que estou encontrando a resposta, é só olhar para dentro de nós mesmo!

Antigamente não precisávamos de estimulos externos para sermos felizes, erámos muito mais criativos do que hoje, os pais estimulavam seus filhos a se socializarem, tudo era feito em unidade, brigas eram inevitáveis, mas a paz reinava nas casas, a comunhão, os almoços em família, reuniões nas casas dos avós, brincadeiras de todo o tipo. A unidade era um marco na vida das pessoas, sabiámos os nomes das pessoas, não tratavámos as pessoas pelas suas funções, mas pelos seus nomes.

Uma coisa terrível tem acontecido nos nossos dias, esquecemos das coisas simples, do que realmente importa. O pior é que isso também tem afetado a igreja de um modo geral. Facilidades tem sido apresentadas as pessoas e elas acabam por se deixar serem levadas por isso.

Quanto mais tipos de diferentes Bíblias temos, menos lemos. Me lembro que normalmente na casa do meus avós tinham apenas a Bíblia deles e de mais ninguém, mas meu avô lia a sua Bíblia diariamente. Hoje, econonizamos tempo para trabalharmos mais e acabamos por não ter tempo para nada. Estamos descumprindo um mandamento de Deus, onde ele diz que deveríamos descansar um dia "Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo. Trabalharás seis dias e neles farás todos os seus trabalhos, mas no sétimo dia é o sábado dedicado ao SENHOR, o teu Deus. Neste dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teus filhos, nem tuas filhas, nem teus servos, nem teus animais, nem os estrangeiros que morarem em suas cidades. Pois em seis dias o SENHOR fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles existem, mas no sétimo dia descansou. Portanto, o SENHOR abençoou o sétimo dia e o santificou. Em seis dias façam os seus trabalhos, mas no sétimo não trabalhem para que o seu boi e seu jumento possam descasar, e o seu escravo e o estrangeiro renovem as forças"(Ex 20.8-11; 23.12), e isso têm sido cruscial para nossas vidas, por isso tanto "stress", "depressões" de toda sorte, cancêr e tumores de toda espécie, nós estamos ficando a cada dia mais esgotados, não estamos repeitando nossos limites, nosso descanso, nosso corpo, nossas famílias, nossos amigos, nossos relacionamentos.

Estamos perdendo a motivação de viver, Jó estava assim, tudo o que ela havia construído tinha sido derrubado, tinha lhe sido tirado. Filhos, família, riqueza material, relacionamentos, dai ele se vê querendo nem mesmo ter nascido. Estava vivendo tempos lastimáveis em sua vida, aquela etapa da vida de Jó era realmente para ser apagada da sua memória, mas por que isso lhe ocorreu? Por que tanto sofrimento? Uma outra pergunta que estou pensando agora, quantos de nós sobreviveríamos a isso, sem cometer uma loucura? Quantos hoje não tirariam a própria vida com suas próprias mãos?

Temos Bíblias para todos os gôstos, de infantis com animação até traduções originais do grego e hebraíco para o português, Bíblias de estudos de toda a sorte, temos estudos dirigidos de promessas até escatologia. Mas quanto mais novos tipos de Bíblias menos vemos o povo lendo, agradar ao FREGUÊS também tem se tornado uma arma econômica para os crentes. Quanto mais fácil se torna a leitura biblica, menos lemos, menos pesquisamos, menos dependemos de Deus. Isso é terrível, mas é a pura verdade, basta olhar para sua casa e verá o acesso que você tem à Bíblias e também poderá concluir isso através do uso que você mesmo faz dela.

Nunca se conheceu tão pouco da Palavra de Deus como nesses últimos dias, mas também nunca se conheceu tanto sobre satanismo, expulsar de demônios, prosporidade, satisfação da salvação, poder do Espírito como temos ouvido falar agora. Porém a Palavra de Deus nos chama a atenção para isso, ela nos diz que nestes dias o amor de muitos se esfriariam e que buscaríamos nossos próprios mestres "O Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutina; ao contrário, sentindo coceiras nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos" 1 Tm 4.1 e 2 Tm 4.3. Eu, pessoalmente, acredito que estamos vivendo estes dias.

Outro dia estávamos em uma reunião de oração e uma pessoa se manifestou com um pedido de oração que terminou por concluir meu desejo de escrever sobre este assunto. Uma pessoa pediu uma oração muito corajosa ao meu ver, esta pessoa nos pediu para que Deus renovasse a nossa motivação, que fossêmos restaurados para não ficarmos mais desmotivados. Passei o resto da noite pensando sobre isso e pude escrever para esta pessoa no outro dia dizendo sobre motivação.

Através da minha própria vida descobri que a motivação não vem do lado externo, mas do lado interno de cada um de nós. Vamos pensar de novo sobre Jó, nenhum dos seus amigos vieram e lhe trouxram motivação, muito ao contrário, e o que lemos nos livro deste homem? Ele estava desmotivado consigo mesmo, estava desmotivado com a vida, mas em momento algum lemos sobre este homem estar desmotivado por causa de Deus. Em nenhum momento ele blasfema contra Deus, reclama suas amargura com o Senhor, mas o que nós percebemos é que ele dá um lição de Teologia para os seus amigos, ajuda-os em suas restaurações.

Jó é um exemplo que devemos segui-lo o tempo todo. A diferença de Jó para os homens do nosso tempo é que ele conhecia profundamente a Deus! Ela sabia quem era o Senhor, ele conhecia o coração de Deus, conhecia a Palavra de Deus, conhecia a manifestação de Deus, ele jamais ficara desmotivado com o Seu Deus. O grau de comprometimento dele com o Senhor era muito superior a muitos de nós hoje. Sua necessidades eram todas supridas em Deus. Ele gastava tempo realizando holocaustos, ofertas contra pecado, e ofertas a Deus de ações de graça.

Como crentes modernos esquecemos o milagre da Cruz de Cristo! Esquecemos do que Ele realizou para as nossas vidas, e por isso estamos pedindo ao Senhor mais motivação. Mais?! Mais motivação do que saber que um Homem morreu por mim? Que um homem assumiu todos os meus pecados se fazendo maldição em meu lugar? Mais motivação do que saber que Jesus foi espancado, surrado, cuspido, blasfemado, mal-tratado, e isso tudo por minha causa? O que é que está acontecendo conosco? O que nós estamos pensado que somos? Ele é o Rei, nós somos os servos, nós é quem precisamos fazê-lo feliz.

Precisamos saber que a nossa motivação não deve estar nas coisas externas, já concordamos com os exemplos acima e confirmamos que quanto mais somos satisfeitos poires nos sentimos "Mas o que para mim era lucro, passei a considerar como perda, por causa de Cristo. Quero conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação em seus sofrimentos, tornando-me como ele em sua morte". (Fp 3.7,10), mais sozinhos ficamos, mais pecadores nos tornamos.

Precisamos voltar, ou iniciar com a prática de buscarmos através da Palavra de Deus o nosso bem maior, a nossa motivação. Somos salvos pelo amor de Deus e de seu Filho Jesus. Temos acesso ao Pai por causa dele "Ele veio e anunciou paz a vocês que esetavam longe e paz as que estavam perto, pois por meio dele tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só Espírito".(Ef 2.17-18), estávamos lançados a nossa própria sorte. No tempo da separação eterna Deus nos deu uma última motivação, A MORTE DE SEU PRÓPRIO F I L H O JESUS! Será que isso ainda não é suficiente para nós?

Deus seja louvado!

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