segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Personalidade Cristã


Personalidade Cristã
Por Alex Pereira


Gosto do nome deste espaço que criei, pois sempre fica alguma coisa “no apagar das luzes”! E nem sempre é o que intecionamos querer. Notoriamente nos tornamos o que não queremos ser, e, assim, “no apagar das luzes” é que somos clareados por quem realmente somos.


Tenho pensado muito sobre minha vida cristã e sobre os cristãos dos nossos dias, confesso que, abestalhado, me encontro triste com o que temos nos tornado.


Não fui crente a minha vida inteira, relativamente sou um crente jovem ainda, tenho andando com o Senhor por oito anos, pré-adolescência talvez. Mas me recordo da minha infância onde me deparava com pessoas esquisitas, com um linguajar peculiar e uma posição social inadequada para a época. Eram os crentes, pessoas indesejáveis por onde quer que fossem; motivo de chacotas, piadinhas obtusas, enfim eram uns “bobocas”.


Contudo, confesso humildemente que sinto saudade destes “bobocas”!


Gostaria que em nossa igreja houvesse “bobocas” espalhados por todos os lados, sentados nos bancos da frente, nos bancos dos fundos, à direita, bem à vontade à esquerda, em pé na entrada, ensinado na escola bíblica, cantando louvores, enfim, espalhados por todos os espaços.


Quando tinha oito anos de idade estudava numa escola onde em nossa sala havia uma única aluna crente, não me lembro o nome dela, mas recordo claramente do apelido que eu mesmo dei a ela, uma vergonha! Contudo é incrível como me lembro do seu comportamento na sala de aula, I R R E P R E E N S Í V E L, simplesmente irrepreensível. Nunca fora chamada atenção por atitudes indesejáveis, nunca fora irreverente com os mais velhos, nunca alterava a sua voz contra qualquer pessoa, e ela tinha apenas oito anos de idade. No meu julgamento ela era uma perfeita “boboca”.


Quando olho ao meu redor e vejo os evangélicos que se aglomeram em nossas igrejas sinto uma grande saudade daquele tempo! Onde não era estatus ser crente, era “boboca”! Creio que para ser crente a uns vinte anos atrás seria necessário muito coragem e pouca compreensão do que é estatus – status?!


Aquela menina de oito anos de idade sabia o motivo pelo qual ela era cristã, mesmo com tão pouca idade, e isso é fato, ser crente a trinta anos atrás exigia-nos uma convicção inabalável, hoje, isso não é citado em nosso currículo. Temos muitos evangélicos andando por aí sem nem mesmo saber motivos óbvios que levaram Jesus à Cruz do Calvário.


Quantos crentes recém convertidos da sua igreja se desviaram nestes últimos tempos? Quantas baixas temos tido nestes últimos tempos? Conheço crentes que possuem mais anos de cristão que eu de vida e nunca de desviaram, nem mesmo trocaram de igreja, e que até hoje participam das escolas dominicais. Parece que os crentes “das antigas” são mais crentes que os crentes “da atual”.


Será que o evangelho mudou? Não creio! Contudo creio que nossa pregação mudou! Em oito anos de cristão ouvi algumas pouquíssimas vezes alguém pregar sobre a “Volta de Cristo”, ou sobre o “Pecado que nos leva ao inferno”, ou mesmo sobre “Um arrependimento genuíno”. Quem pregou? Um “cara das antigas”. Um evangelho simples, sem rodeio, sem gritos, sem pulos, sem brados, mas cheio de unção, cheio de verdades que ninguém quer ouvir – será mesmo?! Vibrei com as palavras daquele homem, aquelas palavras bateram forte no meu coração.


Amados, não estou aqui para bater em ninguém, tenho buscado crescer no amor do Senhor, ser como Jesus, e tenho aprendido que quem ama precisa amar a verdade, amor sem verdade não é amor. Jesus nunca escondeu uma verdade sequer de ninguém, mesmo que ela doesse, com amor ele não as privava da verdade. Por isso estou escrevendo o que eu penso e que eu quero para mim e para nossa igreja, um povo realmente comprometido com Deus, que possui convicção pelo que se tornou um seguidor de Cristo – cristão.


Matt Redman é o líder de louvor de uma igreja na Inglaterra e dele tirei uma grande lição de vida, quando seu pastor passou a liderança para um outro pastor houve uma mudança muito drástica na vida da igreja, uma das primeiras coisas que este novo pastor fez foi cortar o louvor tocado por músicos. Durante algum tempo a igreja não teve um louvor ministrado por alguém. Aquele pastor estava disposto a pagar um grande preço para ensinar àquele povo sobre a essência da adoração. Quando o pastor liberou a equipe de louvor para ministrar alguma coisa havia mudado profundamente, e então Matt Redman compôs uma canção extremamente importante para cada cristão, em português cantamos os seguintes versos:




Quando a música esmorece o resto desaparece
Simplesmente a Ti me achego
Procurando oferecer algo de valor para abençoar Teu coração
Mais que uma canção eu te darei, pois apenas uma canção não é o que queres de mim
Mais profundo buscas Senhor, o que os olhos não podem ver
Queres meu coração.
Estou voltando a essência da adoração e essência és Tu
A essência és Tu Jesus!
Ó me perdoe pelo que eu fiz dela,
Pois a essência és Tu, a essência és Tu Jesus.


Talvez estamos tão acostumados com Deus como Sansão, e assim como ele, também nos esquecemos que Deus pode não estar mais tão perto assim de nós. A maior pancada que já tomei com a Palavra de Deus está nos versos que seguem àquela desastrosa brincadeira de Sansão com Dalila, cada vez que Dalila acreditava que poderia ludibriar a Sansão ele se levantava e pelo poder do Espírito de Deus conseguia se livrar, mas quando ele já sentia-se acostumado demais com a presença do Espírito veio o momento triste da vida de Sansão que transcrevo aqui ajudado pela Nova Versão Internacional – “Sairei como antes e me livrarei. Mas não sabia que o Senhor o tinha deixado.” Jz 16.20b


Precisamos voltar logo a essência da adoração!
Deus seja louvado!

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