Por Alex Pereira
“19Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça
e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; 20mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça
nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam. 21Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o
teu coração. 22A candeia do corpo são os olhos; de sorte
que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; 23se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será
tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais
trevas! 24Ninguém pode servir a dois senhores;
porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar
o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.”
Mt
6.19-24
Este é o primeiro dos 5 grandes sermões de Jesus, sendo que em
toda Escritura, nenhum trecho retrata com tanta peculiaridade o Reino de Deus.
Jesus, neste primeiro sermão, trás aos seus ouvintes verdades já
conhecidas, entretanto aplicadas com poder e graça “28Ao concluir Jesus este discurso, as
multidões se maravilhavam da sua doutrina; 29porque as ensinava como tendo autoridade, e não como
os escribas.” Mt 7.28, 29, ou seja, não apenas um
ensino, mas um estilo de vida baseado na autoridade das Escrituras. O objetivo
era que seu público identificasse a diferença entre o legalismo e a verdadeira
religião formada pelas Escrituras.
Jesus usa uma mensagem do cotidiano, para que as pessoas pudessem
compreender de forma clara a exposição das Escrituras através do que ele
ministrava. Sendo um ataque ao legalismo dos fariseus e sendo uma seta
indicativa para o chamado à fé verdadeira e a salvação.
Outra coisa muito importante, Jesus inaugura neste ponto a
introdução das verdades do Reino de Deus entre seus irmãos. Jesus fala sobre a
ética do Reino de Deus, sobre os valores deste Reino, o que realmente importa
neste Reino, e uma das mais importantes informações – a de como alcançar o
Reino dos Céus.
Há uma tremenda revelação nestas palavras de Jesus – a todos foi
pregado que era impossível o cumprimento da Lei na forma humana, e que somente
uma dependência da graça divina poderia salvar a humanidade. Assim o verdadeiro
significado da Lei havia sido exposto e qualquer possibilidade de cumprir a Lei
como os fariseus pensavam conseguir fazer estava errado.
Assim, portanto, Jesus sondou a profundidade da Lei e revelou que
as verdadeiras exigências iam muito alem do significado de meras palavras.
Em relação ao texto que veremos, também precisamos colocar em
mente quem eram os ouvintes de Jesus no momento deste discurso – judeus! Isso é
muito importante para o entendimento de alguns aspectos das palavras do Senhor.
Haja vistas que Jesus falando com eles estava falando para aqueles que sabiam,
ao menos, a Torah. Portanto, não eram completamente leigos, mas possuíam entendimento
das palavras básicas da Lei e dos profetas. Prova disso é o um verbo muito
comum usado em larga escala nos capítulos de 5 a 7 – ouvistes, ou seja, o Senhor estava falando com pessoas com prévio
conhecimento.
O texto que abordaremos fala-nos sobre os valores em que
investiremos nossas vidas.
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19Não ajunteis para vós tesouros na terra;
onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam;
As palavras chave para este texto são ajuntar e tesouros, a
partir desta ideia, Jesus começa a construir coisas importantes em nossos
corações.
Primeiro ele nos fala sobre o que é que estamos ajuntando; O que
estamos ajuntando? O que você tem ajuntado? É importante pensarmos sobre isso,
porque ajuntar é uma coisa que demanda de nossa vida tempo, dedicação, empenho,
disciplina, constância, envolvimento!
Ajuntar envolve tempo e investimento pensando sobre uma linha
geral. Em outra versão o verbo é acumular, vale pensar que o verbo nos faz
imaginar a mesma coisa. Acumular é uma coisa que ao longo do tempo vamos
construindo, mas que num ressalto nos pegamos assustados com a quantidade
daquilo que foi ajuntado.
O que é que temos
ajuntado? Em que temos investido nossa vida?
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20mas ajuntai para vós tesouros no céu,
onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem
roubam.
Outra coisa que o Senhor nos aponta e isso faz uma diferença muito
grande em suas mensagens, Jesus nos ajuda a focar nossas decisões, neste texto
ele nos alerta para o cuidado que devemos ter com o que temos investido.
A palavra grega para ferrugem
não serve somente para a corrosão do metal, mas é uma palavra mais ampla, com
serventia também para o apodrecimento, paro o mofo e coisas semelhantes. Portanto,
Jesus está nos levando a refletir sobre o valor que estamos colocando sobre
coisas que desejamos ou alvo que estamos buscando alcançar.
Quanto você tem investido
em coisas que o Senhor não está envolvido?
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21Porque onde estiver o teu tesouro, aí
estará também o teu coração.
Lugar! Devemos observar que neste momento Jesus não dá ênfase ao
coração, mas ao tesouro! Ele disse que onde estiver o seu tesouro ai estará o seu coração.
Amados, Jesus não nos disse para guardar nosso coração dos
tesouros, mas ele nos ensina a escolher nossos tesouros mais cautelosamente.
Veja que quem exerce poder aqui é o tesouro e não o coração. Segundo Jesus é o
coração que estará no lugar onde o tesouro estiver e não o tesouro no lugar
onde o coração estiver. Isso é de grande significância para nossas vidas.
O que tem sido nossos
tesouros? Onde está nosso coração?
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22A candeia do corpo são os olhos; de sorte
que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; 23se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será
tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais
trevas!
Outra grande ajuda de Jesus para seus ouvintes, ele direciona
nossa cosmovisão para a visão do Reino de Deus, ele nos diz que a perspectiva
de como vemos o mundo direcionará nossas decisões, desta forma se a luz que há
na minha visão for trevas, ou seja, os tesouros que vou acumular não terão o
padrão do Reino de Deus.
A ideia aqui é sobre exatamente como compreendemos as palavras de
Jesus, portanto, como você tem
interpretado as Escrituras? É possível escolher coisas do Reino com nossos
corações presos às riquezas deste mundo?
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24Ninguém pode servir a dois senhores;
porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar
o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.”
Jesus conclui este momento da pregação aplicando diretamente as
instruções na vida dos seus ouvintes, a conclusão que ele chega é que não dá
para servir a dois senhores ao mesmo tempo, isto é, não podemos ajuntar coisas
deste reino e ainda entrar no Reino de Deus. Da mesma forma não é possível acumular
tesouros no Reino de Deus e receber as benesses deste mundo.
Nossas escolhas influenciarão diretamente sobre qual reino estarei
investindo meu precioso tempo e dinheiro. São nossas escolhas que nos levarão
para mais perto ou mais longe do Reino de Deus. Nosso coração só vai seguir
aquilo que decidimos como tesouro para nossas vidas.
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